29/03/2024

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Rivaldo Chinem
As idéias expressas pelo autor não refletem, necessariamente, a opinião do Jornal da Comunicação Corporativa e de seus editores.

Empreendedorismo na Comunicação
14/04/2008 - 09:28:31

Todo empresário do ramo de prestação de serviços pode ser considerado um freelancer, pois vive do trabalho contratado por um período determinado ou job. O freelancer profissional – aquele que abre uma empresa para se legalizar no mercado, tendo escritório próprio ou não – atua de fato como um profissional liberal. Mas, um jornalista não pode atuar juridicamente como profissional liberal (como médico, dentista ou advogado). Acontece que se convencionou chamar de freelancer o jornalista que vende (ou aluga) seu trabalho e atua sozinho. A União Nacional dos Jornalistas da Inglaterra define o freelancer como um jornalista que trabalha para mais de um empregador.
Esses conceitos foram desenvolvidos pelo experiente jornalista João Marcos Rainho no livro “Jornalismo freelance – empreendedorismo na comunicação”, lançado pela Summus editorial.
Jornalismo é uma atividade que casa bem com o teletrabalho, principalmente com as facilidades da Internet banda larga, telefonia celular e laptops. O autor acredita que no futuro as grandes empresas jornalísticas e assessorias investirão adequadamente nessa modalidade, transferindo parte de suas redações para a casa dos funcionários. Uma informação: a Folha de S. Paulo já trabalha com parte de seus repórteres fazendo reportagens de suas casas, quase não comparecem ao local de trabalho. Ainda segundo Rainho, hoje isso já é uma realidade com os correspondentes. Outro dia, durante almoço com correspondentes estrangeiros ouvi deles que não só trabalham em casa como também não têm salários nem escritórios, seus trabalhos são remunerados a partir dos textos publicados, ou seja, vivem precariamente dependendo do êxito das reportagens.
Sérgio Murillo de Andrade, diretor da Federação Nacional dos Jornalistas conta no livro que seis grandes empresas controlam a comunicação no mundo inteiro e faz uma previsão sombria: “Não haverá mais jornalistas nas redações”.
Estamos vivendo a chamada “terceira revolução industrial”, resultado do surgimento de novas tecnologias, da informática, da robótica e das telecomunicações.
A terceirização está incluída no contexto da globalização da economia, do neoliberalismo e de movimentos organizados ou não do empresariado para redução de custos.
O mercado de assessorias de comunicação hoje vive em ambiente altamente competitivo. Quem saiu na frente se deu bem e possui hoje grandes escritórios e maiores contas. A globalização afetou o mercado de assessorias. Grandes empresas, multinacionais, são atendidas no Brasil pelos seus parceiros da rede de comunicação globalizada. Aqueles que tentam hoje abrir pequenas empresas de comunicação já enfrentam uma situação mais adversa, diferente dos anos 1980, quando contavam-se nos dedos as empresas de comunicação, quase todas pequenos escritórios.
Conselho do autor àqueles que quiserem se estabelecer: desenvolva habilidades comportamentais/humanas além de sua capacidade técnica. O bom atendimento em serviços de assessoria é tão importante quanto a execução formal do processo de comunicação.
O jornalismo freelance ou empreendedor em si não traz inovação, não é novidade, pois já é explorado há algum tempo. A inovação está na forma como será executado. O mercado está mudando e esse movimento deve ser observado. Conclusão de Rainho: a inovação é o próprio mercado, em plena mutação.



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