:: Reporter JCCÉtica não será freio para avanço da inteligência artificialGilberto dos Santos25/05/2017 09:00:00Um dos temas mais discutidos durante o 20º Congresso Mega Brasil de Comunicação,
Inovação e Estratégias Corporativas, organizado pela Mega Brasil Comunicação, foi o impacto dos padrões éticos da
sociedade no avanço da chamada Inteligência Artificial, uma expressão que ganhou notoriedade a partir
de 1980 e vem acompanhando o acelerado ritmo da tecnologia durante esse
período.
A própria adequação do termo que melhor se
refere à inteligência similar à humana exibida por mecanismos ou software foi
questionada pelos pensadores convidados ao debate. Para o cientista-chefe da IBM Brasil, membro da Academia de Ciências de Nova York, Fábio Gandour, o que se aplica ao caso é
cognição automática. Afinal, diferentemente do cérebro humano, o dado ordenado
e útil capturado pela máquina não gera uma inteligência própria para ela.
Avanço
irreversível da robótica inteligente
Seja qual for a melhor expressão, o consenso é
que o avanço da robótica inteligente é irreversível e a ética não se
transformará em um limite para ele. “Os
objetos e os ambientes transformados em seres comunicantes estão batendo à
nossa porta”, afirma Lúcia Santaella,
professora titular da pós-graduação em Comunicação e Semiótica e na
pós-graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital, na PUC, em São Paulo. Eles vêm sob o nome
de internet das coisas, realidade aumentada e outras tecnologias. “Quando entrarem porta adentro, deveremos
estar preparados para conceber, sentir e nos relacionarmos com eles de modo
inteiramente distinto da maneira como sempre foram tratados”.
“Não temos nenhum recurso para segurar o
avanço da cognição automática”, acredita o filósofo e escritor Luiz Felipe Pondé. “Nenhum
conflito ético poderá impedir o uso de um avanço tecnológico que traga um
resultado mais eficaz, que nos ajude por exemplo a chegar mais cedo a um
destino ou mesmo a adiar o nosso último efeito letal (a morte)”, vaticinou.
Freio
ético será ineficaz
Para Pondé,
com o avanço da ciência, não saberemos mais o que é certo ou errado. No contexto, o filósofo direcionou a seguinte
pergunta para a plateia: “Se um chip garantisse
que você tivesse um filho perfeito, saudável e inteligente, você manipularia
geneticamente esse recurso ou não?” Boa parte das pessoas preferiu refletir
mais sobre o assunto. Para ele, haverá sim normas para estabelecer limites, mas
eles deverão cair com o tempo. “Qualquer
freio ético para a evolução não será eficaz”, acredita.
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