:: Reporter JCCStartups: O case Israel, que de cada U$S 1 investido teve retorno de US$ 5 a US$ 10 para a economiaHenry Wender25/05/2017 17:21:00Imagine um país menor que o estado de Sergipe, habitado por
apenas 8,5 milhões de pessoas e com um deserto que ocupa metade do seu
território. Foi nesse país que nasceu o já ultrapassado pendrive e o aplicativo Waze,
que muita gente conhece e utiliza. Este país é Israel, que tem apenas 69 anos,
taxa de desemprego de 5,3%, inflação de -1% ao ano e um governo que investe
muito em P&D (Pesquisa & Desenvolvimento), segundo abordado na
conferência internacional “Empreendedorismo e Inovação como política de Estado
– a experiência estratégica israelense”, proferida por Boaz Albarenes, cônsul para assuntos econômicos do Consulado Geral de Israel em São Paulo
e líder do Israel Trade&Investimento
Brazil. O evento ocorreu no terceiro e ultimo dia do 20º Congresso Mega Brasil de Comunicação, Inovação e Estratégias
Corporativa 2017, que a Mega Brasil
Comunicação realiza no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo.
Boaz
destacou que Israel é considerado o 1º país do mundo em capacidade de inovação,
segundo o IMD Global Competitive year
book 2013, bem como Tel Aviv, a capital, o segundo melhor ecossistema
de inovação, de acordo com a The start up
Ecossystem Report 2012. E acrescenta: “Metade
das exportações de Israel envolve tecnologia. Temos 300 multinacionais que
abriram centros de P&D no país e 1300 startups nascem em Israel a cada ano,
uma a cada seis horas”.
O palestrante mostrou que o sucesso desses números envolve fatores
culturais e históricos do país. “O
israelence é parecido com o brasileiro, faz amizade rapidamente, fala alto e
aprecia o contato físico, porém tem uma característica peculiar importante para
quem lida com inovação: é muito tolerante a falhas e entende que é importante
aprender com os erros”, disse Boaz.
Os avanços nesse setor começaram no início da década de 1990 e dois fatos
históricos contribuíram para esse impulso: a queda do muro de Berlim e o fim da
URSS, oportunidade em que milhares de judeus regressaram ao país e se
beneficiaram de programas de criação de incubadoras de tecnologia.
Atualmente, de cada dólar investido pelo governo em
P&D, cerca de 5 a 10 dólares retornam para a área de economia, sinalizando
o sucesso do investimento governamental nessa área. E mesmo obrigando jovens
homens e mulheres a prestarem serviço militar obrigatório no país, de três e
dois anos de duração respectivamente, a área de tecnologia do país se beneficia:
“Cerca de 20% do trabalho desse pessoal
acontece nos centros de tecnologia militar, que são muito desenvolvidos; e
quando as pessoas retornam ao mercado são disputadas não só pela experiência e
conhecimentos adquiridos, mas também pela maturidade alcançada”.
Por fim, numa análise geopolítica, Boaz mostrou que mais de 100 mil israelenses vivem no Vale do
Silício (EUA), o que caracteriza a forte relação com aquele país, mas aponta
que a China tem se revelado um promissor parceiro, ocupando grande espaço na agenda
do país. Quanto o Brasil, destacou que as cidades de São Paulo e Florianópolis
são grandes polos de interesse do país e enxerga que seria muito interessante
para o Brasil se o governo apoiasse investimentos em inovação nas mais variadas
indústrias brasileiras, bem como internacionalizar os importantes avanços
tecnológicos obtidos na área de agricultura.
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