Neste início de março, o Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios) divulgou
resultados de pesquisa realizada em seu site entre 11 e 22 de fevereiro.
Participaram 1.200 pessoas de 15 a 26 anos de idade, que apontaram uma de
quatro opções relativas ao meio ambiente.
Essa foi a primeira pesquisa do Nube a respeito do envolvimento de
jovens com o tema ambiental. À pergunta “Qual o seu envolvimento com o meio
ambiente?”, 52,85% responderam: “Tenho hábito de reciclar lixo diariamente”.
Outros 21,42% disseram ser consumidores de marcas ecologicamente corretas. As
redes sociais e mensagens alusivas ao meio ambiente apareceram em 17,51% das opções
e, por último, 8,21% afirmaram fazer parte ativa de movimentos sociais.
O jovem e
seu tempo
Que gerações mais jovens são mais suscetíveis à necessidade de
preservação do patrimônio natural não é novidade. Assim como os mais velhos
lutaram pela liberdade de expressão e de direitos universais em um período de
grande repressão moral, visando o que seria de suas vidas futuras, os jovens de
hoje defendem o seu mundo de amanhã.
Eles estão certos. Enfrentamos o desafio de lidar com volumes exagerados
de lixo de um lado e escassez de energia de outro. O lixo que contamina a terra
e a água do planeta precisa ser transformado em energia aproveitável, para que
possamos viver em equilíbrio. A reciclagem apontada pelos jovens já é um avanço.
Outros dependem de políticas públicas mais efetivas, destinação e controle eficaz
de verbas para o saneamento, incentivo à pesquisa na busca de soluções para
esse problema.
A opção de 21,42% dos jovens pelo consumo de marcas ecologicamente
corretas, “demonstra a necessidade de as grandes corporações investirem em
produtos sustentáveis”, segundo Rafaela Gonçalves, analista de treinamento do
Nube.
Para ela, “esse é um ciclo no qual se envolve a responsabilidade
ambiental da empresa produtora e a consciência do consumidor na hora de
comprar”.
Quanto às mensagens nas redes sociais, terceira opção dos jovens na
pesquisa, a avaliação da analista é interessante. Ela diz que “estar engajado
nessas causas já é um primeiro passo, mas mudar hábitos simples pode surtir
muito mais efeito”.
Por fim, ficaram os movimentos sociais, com 8,21% das respostas. Embora
esse percentual seja o menor, parece-me significativo, porque evidencia dois
aspectos: conhecimento mais aprofundado das questões ambientais e/ou disposição
para fazer alguma coisa.
Mais
espaço para a sustentabilidade
No mundo dos negócios, a preocupação com a sustentabilidade também se
amplia. As empresas requisitam mais profissionais para ocupar posições ligadas
à sustentabilidade. Segundo o Nube, a demanda cresceu 15% nos últimos anos.
O Nube é uma organização privada, que trabalha com a colocação de jovens
no mercado de trabalho, sejam estagiários ou trainees, sejam profissionais já
formados.
Sua atuação se dá em três pontas. Capta currículos e cuida do
encaminhamento de candidatos para o mercado, mantém uma carteira de clientes
interessados no recrutamento dos jovens e possui convênio com instituições de
ensino em todo o país.
A tecnologia da informação é grande aliada do Nube no relacionamento com
candidatos, empresas e escolas. Seu banco de currículos fica disponível, com a
rapidez e a funcionalidade da informação via internet.
A internet também é o canal para o diálogo com os candidatos,
frequentemente acionado por levantamentos sobre o que os jovens pensam de
determinados assuntos.
Em uma das colunas de abril do ano passado, fiz referência a uma
pesquisa do Nube, que analisava o desempenho de estudantes em entrevistas de
emprego. O foco era a falta do hábito de leitura, evidenciada pelo excesso de
erros em testes ortográficos: cerca de 50% acima do limite aceitável entre
estudantes de Jornalismo e de Pedagogia; até 67% entre os de Matemática e até
71% entre os estudantes de Artes e Design. Na época, foram avaliados 6.716 jovens.
* Homenagem a Engel Paschoal (7/11/1945 a 31/3/2010), jornalista e
escritor, criador desta coluna.